Em 2415 um sobrevoo pela superfície da Terra nos revela paisagens novas. Mares de plástico podem ser encontrados por toda parte. A imensa maioria das espécies que se conheciam em 2015 já não existem e, no entanto, a rede multiespécies que sustenta a vida do planeta segue, mesmo que fragilizada, existindo com novos elos.

Como serão as criaturas do plástico? Como viverão?

Nesta dança/instalação/performance procuramos nos distanciar do antropocentrismo, em um exercício de alteridade significativa, para buscar respostas possíveis a estas indagações e imaginar o futuro da vida na Terra.

Pela manipulação não hierarquizada das matérias (plástico e corpo) criamos um fragmento de vida cotidiana no futuro (não tão distante) dos mares de plástico que ajudamos a construir.

Marcela Páez é atriz-bailarina e professora. Iniciou sua formação oficial na dança estudando balé, primeiro no Estúdio de Ballet Cisne Negro – onde se formou pelo método da Royal Academy of Dance (RAD) em 2007 – e depois dedicando-se ao aprofundamento e atualização da técnica a partir da perspectiva de Zélia Monteiro com quem estuda e trabalha desde 2012. Sempre se interessou pelas artes da cena em sentido amplo, fez graduação em Artes Cênicas na USP, formando-se como bacharel em Interpretação Teatral (2014), período no qual iniciou suas pesquisas no hibridismo entre dança, teatro e performance.

Bailarina do Núcleo de Improvisação, dirigido por Zélia Monteiro e parceira das Cia. Oito Nova Dança, de Lu Favoreto e Cia. Oquedoque, de Rodrigo Andrade. Fundou e integrou o MUMBRA corpomóvel – coletivo feminino independente no qual desenvolveu diversos projetos entre 2015 e 2019. Estudou danças brasileiras no Instituto Brincante, com Antônio Nóbrega e equipe (2014 e 2015) e com a Cia. Mundu Rodá, em cursos e workshops (2020 e 2021); capoeira e dança contemporânea com Alisson Lima (2018-2020) e dança moderna de Martha Graham, com Dani Stasi (desde 2019).

Durante a pandemia de Covid-19 decidiu lançar-se novamente na vida acadêmica, iniciando o projeto de mestrado: “Diálogos entre Vianna, Béziers e Graham: Proposta para a criação de uma prática técnico-criativa dentro das abordagens somáticas em dança", sob orientação da Profa. Dra. Juliana Moraes, dentro do Programa de Pós-Graduação em Artes da Cena da UNICAMP. Nesse contexto germinou “2415”, trabalho que apresentamos aqui.

Concepção e Performance: Marcela Páez

Música original: Bruno Torrano

Iluminação: Nara Zocher

Produção: Júlia Iwanaga

Produção executiva: Will Lima

Figurino: Ateliê Vivo por Andrea Guerra, Carol Cherubini, Flavia Lobo e Gabriela Cherubini

Narração: Sofia Maruci

Texto: Marcela Páez, inspirado em "The Camille Stories" de Donna Haraway

Orientação de pesquisa: Juliana Moraes

Registro em vídeo: Marcelo Carreño

Agradecimentos: 

Aos espaços: Centro da Terra, OANDAR e Núcleo Pedro Costa, Oficina Cultural Oswald de Andrade e Centro de Referência da Dança de São Paulo;

Aos amigos: Inés Pereyra, Eduardo Gutierrez, Isadora Borges, Josi Neto, Marina Pontieri, Michele Carolina, Pedro Rodrigues Busana, Roberto Alencar; aos colegas e professoras do Programa de Pós-Graduação em Artes da Cena: Ana Karina Barbieri, Diego Leal, Drica Ribeiro, Elisa Canola, Giulia Garcia, Isa Etel Kopelman, João Muniz, Pamella Villanova, Sofia Fransolin e Tiago Marques.