MÚSICA
Laya: Cantigas
17.09.19: terça-feira, 20h"Cantigas" é o singelo nome que Laya chama seu show de roda. Um show onde todos ficam em círculo, artistas, público, todos iguais, se olhando, fazendo parte do som.
Laya traz suas novas canções, escolhe canções de amigos parceiros e algumas que estão na ponta da língua e no coração das pessoas, músicas que todos sabem cantar juntos. Essa é mesmo a vontade da cantora e professora de canto, fazer um som com todos presentes, na força do círculo, ombro a ombro, cantando e ouvindo, sentindo o momento.
O centro do círculo é um lugar seguro, um ponto de força, onde nossos olhos, nosso coração e nossas vozes se encontram e se harmonizam, sejam bem vindos nessa roda de arte, criação, energia e expressão.
LAYA
A música entrou em sua vida desde cedo. Primeiro como uma ouvinte brincante dos pais músicos, depois quando resolveu estudar canto. Mas antes de se assumir cantora, em 2003, ao integrar a banda O Jardim das Horas, fez parte da Cia Vatá, com quem excursionou pelo Brasil e EUA aprimorando suas técnicas de dança contemporânea, clown e atriz.
Desde 2007 vivendo em São Paulo, pra onde resolveu se mudar com a banda, Laya tem mergulhado na música. Produziu e lançou o primeiro disco d’O Jardim das Horas, participou de projetos especiais como o LAYA recanta FATAL, para uma edição da Virada Cultural de SP, e fez parte do show em homenagem a Caetano Veloso, realizado em 2015 no Auditório do Ibirapuera e produzido pelo músico Mauricio Tagliari à convite da editora TRIP. Foi Saulo Duarte, também cearense, quem a levou até os estúdios da ybmusic, em São Paulo. Talvez sem saber que começava ali uma parceria que resultou no lançamento de seu primeiro disco solo.
Laya e Tagliari em pouco tempo começaram a alinhavar canções. Letras, arranjos, pensamentos. Aos poucos, o disco começava a ganhar forma: novas canções começaram a chegar, de artistas conhecidos e desconhecidos; músicos de São Paulo, Ceará, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Cuba, África acostumados a se encontrar, pela música ou não, nos estúdios da YB, foram se aproximando de maneira despretensiosa, mas não menos intensa para construírem juntos um disco autoral. Laya costuma brincar que é um disco imperfeito. Talvez por não seguir uma única estética, linha, estilo. ‘Talvez também por ser o retrato de um processo de busca artística inquieta, que dá espaço ao inesperado, ao improvável que é muitas vezes a fonte da boa arte. As gravações foram celebrações de musicalidade, sem amarras de metrônomos, arranjos escritos, overdubs. A complexidade e a beleza nascem da soma das sensibilidades’, diz Mauricio Tagliari.
As letras escritas ou interpretadas por ela somadas às suas referências do rock, do tropicalismo e, não menos importante, às suas influências nordestinas, se transformaram em quatorze músicas. “Vem Pra Chuva” (Maurício Tagliari), “Mais Brilhantes” (Laya), “Consideração” (Romulo Fróes e Clima), a dançante “Alheia” (Igor Caracas e Maria Ó) foram as primeiras canções a serem divulgadas e são a síntese desse disco de estreia, que coloca no mesmo caldeirão nomes consagrados da música brasileira com nomes promissores, ritmos e sons, sentimentos e sensações desses tempos conturbados, possíveis somente entre poesia e encontros. Tem sutileza, tem brisa vinda do mar, tem gosto de chuva, tem sertão, tem cidade, tem saudade e visão.
A espontaneidade e liberdade entre Laya e os músicos convidados durante as sessões de gravação foram fundamentais para o resultado final do disco, já que foram feitas ao vivo, sem pré-produção. Mariá Portugal, Felipe Maia e Thomas Harres (bateria), Igor Caracas (percussão e vibrafone), Gabriel Bubu (baixo e guitarra), Jesus Sanchez (baixo), Mauricio Tagliari (guitarra), André Piruka e sua banda Höröyá, Luca Raele (clarinete e piano), o cubano Jorge Ceruto (trompete), Carlos Gadelha (guitarra), Dudu Tsuda (teclados), a cantora Juliana Perdigão (clarinete e flauta) , Guilherme Kafé (baixo e vocais) e Luiz Gayotto (vocais), deixaram suas assinaturas nas canções escolhidas para lançar Laya em sua carreira solo. “Meu desejo é sentir e seguir a necessidade, minha e do mundo. Servir de instrumento pra força da canção. Que pode servir apenas pra abrir um pequeno espaço de beleza num coração aflito”.